sexta-feira, 23 de julho de 2021

De agora

Havia tanto tempo em que eu não escrevia.
E quando tentava, o máximo que saía era um verso.
Hoje foi um dos dias mais confusos na minha cabeça.
Eu simplesmente parei pra existir.
Tá tudo bem.
Os processos estão fluindo, a vida está acontecendo, o crescimento e a maturidade estão acontecendo em plena harmonia e sincronicidade.
E ainda sim a ansiedade bate na porta.
Eu tô tentando ser o mais leve possível.
Já entendi que não preciso dela. 
Agora só preciso mesmo me desapegar.
Dessa urgência, desse imediatismo, dessa falta de ar que essa ansiedade trás.

Tá acontecendo, eu sei.
Eu olhei pra trás e olhei pra frente.
Notei o quanto tudo se modificou.
Tô percebendo e decidi deixar meus pés mais no chão.
Por mais incrível que seja flutuar.

Eu já aprendi demais flutuando.
Acho que já passou da hora de voltar pro chão.
Ainda há muito a se aprender aqui embaixo também.

Espero que cê entenda.
Eu tô indo.
O convite ta sempre aberto.

Mas eu preciso ir.
A vida ta chamando e eu vi na brechinha daquela porta aberta o tanto de coisa que ta pra chegar.
Eu tô indo por mim mesma porque é isso que eu tenho aprendido.
O mundo é incrível, mas se eu não tiver uma certeza de mim nada caminha.

Tô demorando pra ir como sempre.
Mas essa ideia desapego ta acontecendo.
Um beijo pra quem fica e meus braços abertos pro que ta vindo.  

terça-feira, 11 de maio de 2021

 - Mas é preciso ser forte!-
Eu sigo ouvindo essa fala constantemente.
E muitas outras vezes eu mesma quem trago isso pra mim.
Eu tô cansada.
Cansada não, EXAUSTA.

Eu achei que conhecia a indiferença de perto, mas nunca imaginei que pudesse estar tão mais próximo do que pensei.
E eu tô magoada.
Meu coração seria bonito se estivesse partido.
Mas antes disso pisotearam.
E faltou cuspir até.

Mas o que eu tô dizendo é sobre o que não é dito por palavras.
Porque as falas dizem uma coisa e as atitudes outra.
E são contextos inteiramente diferentes.
E o interessante que mesmo sabendo ler eu não entendi.
Meu coração é sempre da luz. Sempre da emoção.
E eu sempre fui de cabeça em tudo.
Literalmente tudo.

E em todas as vezes eu sempre mergulhei de cabeça.
Sempre.
Eu já morri inúmeras vezes.
Já fui esquecida, apagada e morta em algumas histórias.
E eu sempre morri onde eu tava viva.
E isso é um fato né.
Mas a ideia é essa. Era justamente onde eu sentia que tinha mais vida.
Onde eu me sinto bem, me sinto acolhida, onde sinto carinho.
Porque é onde eu sinto o baque. 
O baque de sentir e depois escutar o som de um coração inerte num hospital.
MORTE

Eu sei, é pesado pra mim também.
E doloroso demais, confesso.