terça-feira, 16 de maio de 2017

O ônibus parou e ela desceu

Ela entrou no ônibus e o ambiente automaticamente mudou.
Sinceramente? Não consigo explicar.
Não sei se era o jeito, o cheiro ou aquele sorriso.
Tinha alguma coisa.
Mesmo com os fones no ouvido a música parecia ser tão gostosa.
Ela abria um sorriso largo com tanta intensidade que qualquer um ali dentro podia sentir.
Era perceptível o quanto ela obrigava seu corpo a mexer de uma maneira sutil.
Mal sabia o quanto era tão notável.

Moça, o que será que se passa nessa sua cabeça?
Os olhos dela seguiam o lado de fora.
E pra onde quer que ela olhasse, trazia a sensação de magia.
O sentimento que ela me fazia sentir era de gratidão.
Ao olhar para o céu os olhos dela brilhavam de uma forma tão natural...

Me pediu licença e deu sinal.
Eu não conseguia tirar os olhos daquela figura encantadora.
Ela cantava a música sem emitir qualquer som, mas eu ainda sentia toda a vibração.
Meu coração pedia para descer junto.
O ônibus parou e ela desceu.
Demos partida mas ainda sim fiquei observando toda sua graciosidade.
A moça andava e parecia que seguia o ritmo da música.

E de alguma forma meu dia mudou por completo.
É como se ela tivesse colorido todo meu dia que não tinha cor alguma.
Me senti contaminado por toda luz que ela trazia consigo.

Ela foi embora mas o cheiro do seu perfume ficou.
Sem entender toda essa sensação que fazia meu peito arder, simplesmente agradeci.
Fechei os olhos e sorri.

Olhei para trás, me despedi.
Ela olhou pra mim, sorriu e continuou seu caminho até a perder de vista...
E em mim restou a mera lembrança daquele sorriso cheio de luz...

(Juliana Sayão)