quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Um convite para entrar

 
Os pés na areia e a mente longe.
Caminhando na beira da praia acompanhada com seus intermináveis pensamentos.
O sol estava indo embora, e ela iria ficar para assistir a chegada da lua.
Caminhava em passos lentos, talvez assim os pensamentos acompanhavam o ritmo.
Aquela brisa fria de fim de tarde fazia seu corpo estremecer.
Ela simplesmente se abraçava para se proteger do frio.
Olhando aquela imensidão azul, a seduzindo.
Convidando para entrar.
A menina-mulher hesitava, porque sabia que aceitar aquele convite era perigoso.
Um convite para entrar e conhecer os maiores segredos que poderia existir.
Ela se afogaria em meio de tantas histórias e segredos.

-Vem para mim. - Fez-se um sussuro.
E a cada passo que ela dava se aproximava mais.
Do perigo de não voltar, de enfim descobrir os segredos.
O que fazer ?
Ou você mergulha no meio dos seus medos e se descobre corajoso, ou será sempre um covarde.
O que ela era ?
Corajosa ou covarde ?
Heis a incrível questão.
Assim como você, ela queria descobrir a respostas de suas tantas perguntas.

Já olhou nos olhos dela ?
É justamente como o mar.
Você enxerga superficialmente, mas nunca sabe o que eles vêem.
De que forma ela vê o mundo.
E justamente nesse olhar, há segredos inimagináveis.
A menina-mulher continua a percorrer o caminho cheio de incertezas.
Assim como o mar, ela pode te seduzir e convidar a desvendar seus segredos.
E o que você responderia ?

- Me dê a mão ... vem comigo...

E ela continuou a caminhar.
Deixou livre a quem quisesse acompanhá-la.
Com um sorriso no rosto e um olhar cheio de mistérios e segredos.

(Juliana Sayão)



quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Eu já a vi segurando um caderno

Eu já a vi segurando um caderno.
Por todo lugar que ela ia, ele estava junto dela.
Sempre com palavras prontas para serem escritas ali.
Naquele caderno continha seus maiores segredos.
Segredos decifráveis e indecifráveis.
E hoje, esses segredos não são mais escritos.
O caderno já não anda junto dela.

As palavras a serem ditas simplesmente se esvaíram.
Evaporaram.
E desde então, ela carrega consigo não mais um caderno, e sim alguns livros.
No qual se encanta cada vez mais.
A vontade de escrever nunca acaba.
Mas sua criatividade talvez não seja mais seu forte.

O caderno que vivia cheio dos seus segredos, hoje está vazio.
E sua mente anda borbulhando.
Borbulhando de palavras que querem sair, mas não encontram a maneira correta.
Mas já não tem a mesma facilidade de antes de passar tudo para o papel.

A menina que andava com um caderno, hoje é uma mulher que carrega livros.
Mulher...
Esse termo faz com que ela seja algo grande.
- Será que eu sou ? - Ela se questiona.
No caso é um termo que possivelmente ela não se considera ainda.

Ao invés de ter histórias para contar, ela quer histórias para ler.
Talvez alimentando a mente, a imaginação, a possível mulher possa voltar andar junto de seu caderno.
Porque ainda sim, a melhor maneira que ela tem de se expressar, é escrevendo.
É a forma mais próxima que ela tem de tentar fazer com que entendam sua total complexidade.

Mas até então, não há formas de decifrá-la.
Enquanto isso, a única maneira é tentar.
Você consegue desvendar ?

(Juliana Sayão)


quarta-feira, 1 de maio de 2013

Queria fazer as malas e partir


Queria fazer as malas e partir.
Armar uma barraca, dormir e acordar perto do mar...
Não consegui resolver minhas dúvidas, não consegui organizar meus pensamentos.
E quem me vê percebe um olhar longe, bem distante daqui.

Eu desejaria qualquer coisa, menos isso.
Eu queria ter esse poder de mudar as situações.
Ninguém pode fazer nada por mim.
Nem eu mesma pude fazer.

Mergulhei num mar de incertezas e por lá fiquei.
Não consegui sair. Nem por um segundo sequer.
Se me encontrar rondando pelas ruas, me guia.
Eu não consegui me guiar. Não servi pra isso.
E por algum motivo, esqueci o caminho para voltar.

Começar tudo de novo seria uma opção.
Mas é uma opção imaginável, não possível.
Eu queria fazer tudo diferente.
Porque de alguma maneira eu não acho que eu tenha um lugar melhor sem ser junto de você.
Não me pergunte o que houve, mas a gente se tornou isso.
Se tornou rotina, e sem novidade alguma.
O tempo pra nós era inexistente.

De qualquer forma, eu não deixei de querer.
Só acho que precisamos amadurecer, pra voltarmos e começarmos de novo.
Eu não deixei de te amar..

Mas agora, só restaram pedacinhos de mim espalhados pelo chão.
Cara inchada, lágrimas sem hora pra começar, sem hora pra parar.
E a vontade de estar longe não me sai daqui.
Eu queria poder fugir disso tudo.
Eu queria, poder conseguir resolver isso...
Me perdoa ?

Eu jamais queria me sentir culpada em te ver triste.
Te imaginar assim, me corta. Me mata.
Me imaginar sem você, é pior ainda.

Saiba que não existirá alguém que seja tão bom quanto você.
Alguém compreensivo, chato, irritante, mas com um coração como o seu.
Alguém que entrou na minha vida e me deixou com um sorriso que só você me trouxe.
É você, e vai ser pra sempre você...

(Juliana Sayão)

Eu só queria não ser tão louca a ponto de não entender a mim mesma, e o que eu realmente quero.
De desembaralhar meus pensamentos que a cada vez que eu tento entender, é mais um nó que se forma.
Eu tô tentando me entender. Mas quero me entender sem ter que ferir ninguém que me faça bem..

domingo, 14 de abril de 2013

Bem vindo ao meu mundo !


Ando com aquela vontade louca de ir pra perto do mar.
De seguir viagem sem rumo com os amigos.
De levar umas boas histórias pra contar.
Engraçado, que sempre tem aqueles amigos, que ainda não sabem que te fazem tão bem.
Talvez seja melhor assim, ficar subentendido.
Porque os que eu fazia questão de saber, não lembram de mim.

Eu sei que ainda tenho uma longa estrada pra percorrer.
Ainda falta muito pra mim.
Mas algumas pessoas têm de entender que cada um caminha de uma forma diferente.
Não adianta gritar, esbravejar e fazer com que a pessoa se desdobre.
Não há ninguém igual, não há força igual.
A força, que você tem não é a mesma que a minha.
A visão que eu tenho do mundo não é a mesma que você.
Entenda, e não adianta cobrar isso de mim.
Eu jamais vou ser igual a você.
Prazer ! Eu, sou eu !

Eu sou o ser mais incontrolável que já conheci.
Ainda nem me conheci o bastante pra ter o que falar de mim.
O que sei de mim, é que sou um ser indeciso, lerdo, que caminha devagarinho, que vai percebendo as coisas aos poucos.
Não tô com pressa pra aprender tudo de uma vez não sabe ?
Me canso muito fácil, minha mente é muito descontrolada, não para de funcionar nunca.
Deve ser por isso que eu vivo cansada.
Mas nem todo mundo entende isso.
Prefere tentar me mudar na base do grito.

Desculpa, mas ignorância pra mim não resolve.
O meu processo é lento. Eu sou lenta.
E minhas mudanças são demoradas.
Quem quiser que espere, e tenha paciência.

Se pudesse, minha vida seria só diversão mesmo.
Eu gosto de sorrir, de me sentir feliz.
Detesto reclamar para os quatros cantos da casa minhas insatisfações.
Antes eu era assim. Hoje, eu sofro em silêncio.
Minha casa é meu refúgio, não onde deposito minhas frustrações.

Eu te convido a entrar no mundo.
Mas já aviso, sou imperfeita.
Meus defeitos são infinitos.
Então se quiser entrar, que seja muito bem vindo.
Mas suas críticas tende ser muito bem feitas, e bem construtivas.
Eu quero crescer através delas, não me sentir pior.
Entenda isso.

Esse mundo é cheio de surpresas.
Tem de tudo !
De risos á choros.
E é claro, que como qualquer ser humano normal, eu prefiro as risadas.
E diversão é claro.

Cada um enxergue como quiser.
Mas eu vou aprendendo dessa maneira.
A minha forma de crescer, é assim.
Diferente da sua, ou de qualquer outra pessoa.
Mas é a minha maneira.

Bem vindo ao meu mundo !
O mundo em que eu ouço muito mais dos meus defeitos do que qualidades.
O mundo que pra mim, é imperfeito.
Mas é na base das imperfeições que se chega a perfeição.

Cada um a sua maneira.
Cada um, a sua maneira....

( Juliana Sayão )

domingo, 7 de abril de 2013

Pensamentos mil

Folhas em branco.
Pensamentos a mil.
Não me falta papel, nem caneta.
Mas sabe as palavras exatas que quer usar ?
Então, elas se perderam em mim.

Mas se quer saber, eu não tô triste.
E nem aquele poço de felicidade.
Hoje, eu sou meio termo.
Nem lá, e nem aqui.

Minha confusão ainda tá por aqui.
Só que com menos sentimento de culpa, e um pouco menos de medo.
Será que isso é bom ?
Estou descobrindo aos poucos.

Sabe, pelo menos o sorriso anda mais por aqui.
Ainda tenho vontade de ficar perto do mar.
Sei que não há lugar melhor que lá.
Vontade louca de sair dançando por aí também.

Talvez assim eu vá desembaraçando meus pensamentos e minhas ideias voltem a surgir.
Vida, sorria mais pra mim ?
Meu sorriso ainda tá fraquinho, quero ele mais firme, mais feliz.
E mesmo que eu me cegue, ela sempre vai me trazer o lado positivo de algo.
Sempre.

Enquanto isso eu vou seguindo.
Atando e desatando nós dentro de mim...
( Juliana Sayão )

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

E cada um tem um lado meu

Não tem sido fácil, admito.
Mas é foda ter que se explicar a cada passo que dá.
Chega um momento que esgota e você cansa disso tudo.
Você tem que entender todo mundo, pensar em todo mundo.
E quando para pra pensar em si, você é egoísta.
Eu me preocupei em tentar não magoar quem eu gosto, mas esse plano falhou.
E ninguém preocupou em saber como eu andava.
Como eu me sentia.

Entre quatro paredes eram somente lágrimas escorrendo pelo rosto.
Ninguém soube do que se passou pela minha cabeça.
Nem procurou saber.
Mas tudo bem, eu continuo tentando lutar comigo mesma.
Uma hora as forças se dissipam, mas é assim mesmo.

Eu não sou perfeita.
Na verdade não há quem seja.
Mas juro, que eu me sinto no topo das esquisitices.
Meu jeito estranho e estressado.
Preocupado e fofo. (?)

Eu sou mil ao mesmo tempo.
Eu sou tristeza, sou alegria.
Eu sou tudo num segundo só!
E cada um tem um lado meu.
Cada um tem um pouquinho de mim.

Eu não vou ser quem você quer que eu seja.
Eu vou ser simplesmente a face que está disposta a ser mostrada.
Entenda isso.
Eu sou uma só, mas ao mesmo tempo, eu sou várias.

(Juliana Sayão)

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

É, e mais uma vez tô sozinha

É terrível, mas ando me sentindo a pior pessoa do mundo.
Uma garrafa de álcool por favor ?
Seria bom achar um pouco de graça nessa vida.
Ultimamente tá tudo tão cinza.
E as coisas só escurecem.

É falta de sono, é o excesso dele.
É falta de fome, é o excesso dela.
É tudo nos extremos.
Lágrimas ?
Elas só esperam eu ficar sozinha para descer descontrolavelmente.

Essa fase podia passar logo.
Porque eu tô cansada de tentar explicar e ninguém entender.
Eu tô cansada de não conseguir entender o que se passa.

É, e mais uma vez tô sozinha.
Mais uma vez esses olhos estão vermelhos.
Tô me acostumando.
Quem sabe um dia me acostumo por completo ?

Tem sido difícil.
Mas uma hora acaba. De uma forma ou de outra, tem que acabar...
(Juliana Sayão)

“Finjo o tempo todo, rio, sou alegre, dispersivo, com aquele brilho superficial e ridículo. E em cada fim de noite me sinto um lixo.”

— Caio Fernando Abreu.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Tô perdida

'Eu leio sua mente umas mil vezes ...'
Se alguém conseguir ler a minha, por favor, me decifra ?
Tô perdida. É, tô sim.
Muitos sabem, mas poucos, ou na verdade ninguém compreende.
Eu tentei fugir, largar tudo de lado.
Mas acabou que eu voltei exatamente no ponto em que parei.
Não há conselhos, não há nada que eu possa seguir.
Nem mesmo meu coração. Ele anda tão perdido quanto minha minha mente.

Deveria ter ficado mais tempo longe, ou talvez deveria ter ficado por lá.
Pertinho do mar, onde eu durmo, como se ainda estivesse em suas ondas.
Eu não sei que caminho tomar.
E não sei simplesmente ligar o fodas pra tudo.

Por favor, me leva de volta pra perto do mar ?
Essa garotinha aqui tá perdida. Completamente perdida.
Não há o que se possa fazer por ela.

E tudo vai acontecendo...
Pessoas entram na vida dela, lhe tiram alguns sorrisos.
Mas no final do dia é sempre a mesma sensação.
É sempre aquele vazio que volta.

Eu ainda tento desvendar meus enigmas.
Não é fácil. Mas a gente tenta.
Tenta acertar, mas no final das contas, acaba errando.
É foda, e tem sido assim há um bom tempo. :/
( Juliana Sayão )


Quem me dera ao menos uma vez, explicar o que ninguém entender.
Legião Urbana.