quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Era tão profundo quanto o mar


Ela fechou os olhos, e imaginou aquela brisa do mar fazendo seus cabelos se movimentarem.
Era exatamente daquilo que ela precisava.
E por mais que quisesse descrever essa sensação, era praticamente impossível.
São tantos pensamentos misturados e interligados.
Tantos nós que ainda não desataram que lhe trás aquela sensação de estar sendo sufocada.
Mas naquele momento ela conseguiu largar as armaduras.
Conseguiu deixar todo esse peso para trás e começou a caminhar pela areia.
Aquela brisa, o barulho das ondas quebrando... a textura da areia em contato com sua pele...

Alguém observava o andar solitário daquela menina.
 -Moça engraçada, sorri sozinha, sorri pro nada. -
Aquela terrível mania de viver das lembranças boas e de sempre trazer um sorriso junto.
Um bom sinal creio eu.
Não havia livros e nem caderno algum em suas mãos.
Mas a mente dela trabalhava milhares de versos que nunca serão divulgados.

Aquele olhar que nunca se sabe onde é o real foco.
Era tão profundo quanto o mar.
E trazia tantos mistérios quanto.
Não há vestígios e nem histórias de alguém que tenha tentando mergulhar nessas profundezas.
Olhou para o céu azul, sem nenhuma nuvem e sorriu.
Apenas um ser a compreendia por completo.
Fechou os olhos e agradeceu.

Colocou uma música pra tocar.
Seu corpo acompanhava o ritmo da música como sempre.
Ela viajava em cada beleza divina e ficava feliz por toda perfeição.
Perto daquela calmaria todo mal se fora.
Olhou para trás e as pessoas que existiam estavam longe.
Sorriu mais uma vez e continuou andando.
Era uma cena bonita de se ver.
Sua roupa no ritmo do vento e seu corpo no ritmo da música.

E foi andando até desaparecer...
(Juliana Sayão)


'Moça risonha, que ri e sonha...'
(Mário Quintana)