domingo, 5 de janeiro de 2020

Tenho sido tão forte nesses últimos meses.
Aprendi que o coração fala alto, mas é necessário ter razão junto.
Deixei meu coração falar só, por muito tempo.
E nesse meio tempo eu desaprendi a me ouvir.
Entender esse rolê foi bem complicado.
Mas eu tenho entendido mais claramente a cada dia que passa.

Minha voz precisa ser ouvida.
Antes de oferecer ao mundo, eu mesma quem preciso me ouvir.
Fortalecer a minha própria voz, minha identidade.

E sigo assim.
Tenho tomado vários socos na face ainda.
Mas a cada soco eu tenho aprendido a apanhar menos.
Desviar do mal.
Me afastar do desnecessário.

Tenho me tornado mulher.
E mais do que me tornar, o mais magnífico é me reconhecer.
Reconhecer a força que eu tenho tido.
E a maturidade que tem vindo junto.

Pra quem se achava nada ontem, hoje é tudo e um pouco mais.
E cada dia existe algo em mim que tenho descoberto.
No ano que passou, aprendi a deixar muita coisa pra trás.
Aprendi e sigo aprendendo a dizer não.
Entendi que minha própria companhia é tão agradável.
E entendi também que antes só do que mal acompanhado.


É questão de energia.
Se não há conexão, pra que me manter nisso?

Puxei minha âncora do mar.
Saí da estagnação e voltei a navegar.
O medo segue, mas eu já não o deixo falar tão alto assim.

Minha voz é doce e sabe pra onde devo ir.
Não há ninguém que possa me dar conselhos melhores do que eu mesma.

Olho pra trás e sempre me via tão minúscula.
Hoje olho no espelho.
Hoje, momento atual.
Presente.

E sim, eu sou gigante demais.
Isso porque há pontos que ainda preciso desbravar e me aventurar...
Mas seguimos em crescimento.

A cada dia que passa o medo perde sua força.
E a força da mulher que sou, vai se mostrando.

De bagunça pura a Juliana Sayão.
Prazer.
Minha altura é inversamente proporcional ao ser que aqui nesse corpo habita.

(Juliana Sayão)