segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Meus olhos já estavam fechados


Eu estava deitada no chão.
Olhando para o céu.
Esperando algum milagre cair sobre mim.
Ou que alguma estrela pudesse transferir o seu brilho para mim.

O céu estava estremamente lindo.
A lua me banhava com toda sua beleza.
Meus olhos enchiam d'água.
Em algum momento ao menos,aquelas lágrimas eram de felicidade.

Eu tentava manter a paz em minha mente.
Eram tantos pensamentos juntos !
Sim,eu estava completamente confusa.

Por mais que o céu estevesse lindo,o frio ia chegando.
Resolvi entrar e deitar em minha cama.
Me encolhi debaixo da coberta.
Abracei forte meu travesseiro.

Era o momento que eu me sentia mais protegida.
Longe de todas as coisas que me mantém confusa.
Era meu refúgio.
E mesmo assim eu não fugia por completo dos meus pensamentos.

Seja forte garotinha.
As pessoas precisam de você.
Da sua alegria,do seu sorriso.
Você se comprometeu a isso.
Ás vezes a dor,confusão e as mágoas se misturam.
Mas você tem a mim, eu desfaço tudo isso ..
Feche os olhos minha pequena, durma.
O tempo passará, e mais forte você irá se tornar.
Eu nunca te abandonei ..
Nunca ..

Eu ouvi todas aquelas palavras,mas não pude identificar de onde vieram.
Meus olhos já estavam fechados.
E antes que eu percebesse já havia adormecido.

Se eu pudesse, já teria feito você esquecer as mágoas que o tempo ainda não consegui apagar.
Mas isso é uma forma de você criar forças para si própria.
Se tornar forte.
De qualquer forma,eu estou com você.
Observar você dormir é tão bom.
Ver a expressão tranquila,que você procura a tanto !
O tempo .. o tempo vai passar ..
E você vai enchergar que não precisa se preocupar com as coisas que julga importante.
Com o tempo,elas já não terão a mesma importância que tinham antes.
E você já não pensará da mesma forma que antes ..

De garotinha,passará a ser mulher.

( Ju Sayão )

sábado, 27 de novembro de 2010

Estava sozinha simplesmente


Eu ainda estava dormindo quando o telefone tocou.
Pensei que eu havia deixado o despertador ligado quando vi um número na tela do celular.
Era um número diferente.
Pensei que fosse engano como a maioria das vezes.
Mas não era.

Eu não reconheci a voz masculina.
Assustada,perguntei várias vezes quem era,até obter resposta.
Era tão estranho.
Eu sempre ouvia aquela voz,por horas no telefone até.
Mas havia tanto tempo, que eu deixei de reconhecer.

A voz dizia que queria conversar.
Explicar o tempo perdido.

Tempo demais.
De qualquer forma, eu concordei.
E eu não conseguia dizer mais nada.
Só me restava tê-lo frente a frente para conversar.

O silêncio pairou.
Não se ouvia nada do outro lado da linha.
E eu não tinha o que dizer.
Algum tempo depois, decidimos que era melhor desligar o telefone.
Já estava atordoada por ele ter ligado.
Não consegui voltar a dormir.

Eram tantos pensamentos que borbulhavam em minha mente.
Eu fiquei inerte.
Não conseguia reagir diante daquela situação.
Meus olhos encheram d'água.
Aquilo realmente me incomodava.

Tanto tempo depois ..
Eu cheguei a acostumar com a ausência dele.
Era até estranho ter algum diálogo com ele.

Estava sozinha em casa.
Estava sozinha simplismente.
E de alguma forma,eu não sabia como agir.
Na verdade,eu ainda não sei.

Me acostumei com sua ausência.
Seria tão estranho ter você de novo aqui.
Seria capaz você demonstrar a importância que diz que eu tenho ?

Prove.
Se eu fosse realmente,talvez não teria se tornado tão ausente.

( Ju Sayão )

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Eu ainda não descobri quem escreveu pra mim


O lápis estava em minha mão.
E o caderno no meu colo.
Sentata debaixo de uma árvore, eu não tinha nada em mente para escrever.
Olhando para o nada,tive a impressão de alguém gritar eu nome.
Ninguém a vista.

Me perguntei se estava louca quando ouvi meu nome pela segunda vez.
Larguei o caderno e o lápis ali mesmo.
Fui procurar de onde vinha aquela voz.
Não obtive sucesso na busca.
Não achei ninguém.

Voltei para onde deixei meu caderno.
Demorei a perceber que tinha algo escrito nas folhas que eu deixei em branco.
'Estou aqui,venha de encontro a mim'. Eu li.
Já estava atordoada antes de perceber que tinha mais uma linha ocupada com as palavras que diziam:
'Não precisa ter medo meu amor'.

Assim eu pensei na grande possibilidade de realmente estar louca.
Eu não tinha amor algum.
Na verdade eu não tinha ninguém para amar.
De qualquer forma eu resolvi me arriscar.

Corri no meio das árvores buscando aquela voz.
Não encontrei ninguém.
Eu estava mesmo louca ?
Me perguntava.

Mas aquela voz,não saía da minha mente.
Gritando meu nome.
Aquelas palavras ..
Me chamando de amor.

Quem era a pessoa que dizia que me amava ?
Eu não conseguia obter resposta alguma.
Até que por fim eu desisti.

As folhas do caderno permanecem com aquelas palavras.
Permanecem em branco por minhas ideias.
Eu ainda não descobri quem escreveu pra mim ..

O tempo está correndo, e ninguém consegue se manter oculto por tanto tempo.
E eu já não preciso ir de encontro a você.
Porque o tempo já está te trazendo pra mim ..

( Ju Sayão )

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Soprei junto ao vento


Um sorriso apareceu em meu rosto.
O céu se abriu.
As nuvens deram abertura para o sol aparecer.
E me banhar com sua luz fortificante.
Aquela tristeza,eu guardei em uma caixinha.
E a queimei.

Fiz aquela tristeza que ocupava grande espaço em mim,virar pó.
Soprei junto ao vento.
E consegui me sentir orgulhosa por isso.
-E não ouse aparecer novamente ! Eu disse.
Mesmo sabendo que ela sempre retornaria.

As lágrimas haviam secado.
Eu não ia permitir que outras aparecessem.
Me sentia tão viva !
Meus olhos brilhavam.
O sorriso que antes era passageiro,permaneceu constante.

Estava livre.
Consegui sentir a liberdade em minhas mãos.
E dessa vez eu não precisava de uma garrafa de bebida ao meu lado.
Estava sóbria, e feliz.

Aquela tristeza eu mandei embora.
Ás vezes ela tornará a voltar.
Me resta apenas ser forte para abrir a porta e expulsá-la.
Juntamente com a dor,é claro.

Basta apenas ser forte.
Abra um sorriso apenas.
Eu cresci observando situações e levantando dos meus próprios tropeços.
Olhei para o horizonte.
E pude refletir sobre várias coisas.
Sobre coisas que não conseguimos enchergar pela cegueira que a dor nos causa.

Felicidade dói menos,me consume menos. Por isso a porta estará sempre aberta para ela. Afinal,é de felicidade que eu quero viver. Já a tristeza, a invejosa tristeza, aproveita qualquer passagem para poder entrar. E quando ela entra,é simplismente para desviar do teu caminho e te tornar insano. Eu quase me deixei levar pela dor. Não uma,mas várias vezes. Só que a cada vez eu percebo o quanto a dor é insignificante. Eu fico louca por pouca coisa. Percebi também que dessa forma,involuntáriamente eu acabo alimentando a tristeza. Me pergunto então,de que vale alimentar a tristeza,sendo que ela só vai me trazer para baixo ? Então eu me permitir prendê-la dentro daquela caixa. E me permiti mais.
Me permiti ser feliz.


Descobri não há ninguém que possa permitir a minha felicidade, a não ser eu mesma.

( Ju Sayão )

- Esse texto eu dediquei para um amigo.
Gustavo Andrade. ;D
*espero que goste desse.*

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Meus olhos estavam cansados


Novamente o dia amanheceu nublado.
O sol saiu por alguns segundos mas as nuvens o cobriram novamente.
Meus olhos estavam cansados.
As lágrimas não paravam de cair.
As palavras me cortaram bem fundo.
O sangue não parava de derramar.

Eu procurei me manter em pé assim mesmo.
Por mais que aquela dor fosse insuportável.
Eu sorria,tentava esquecer tudo.
Mesmo assim,as lembraças voltavam com toda força possível.

Coloquei os fones no ouvido.
A música era alta.
De alguma forma ela me manteve mais que em pé.
Me animou.
E deu vontade de dançar.

Um sorriso torto apareceu no canto da minha boca.
Fechei os olhos.
Por alguns segundos aquela dor sumira.
Eu pude respirar livremente.

Até antes de eu abrir os olhos novamente.
Ela retornou.
Era mais forte que eu.
Tomava meu corpo inteiro.
Sem pedir licença.

Respire fundo garotinha.
Eu estou aqui.
Não chore,essa dor vai passar ..
Vai passar ..

Foi o que consesegui escutar antes de adormercer.
E desde então, a dor continua a me consumir.
Eu ainda acredito que isso vai passar.

( Ju Sayão )

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Outro sonho


Eu acordei assustada outra vez.
Outro sonho.
Era outro sonho que veio para me confundir.
E mais uma vez eu fiquei abestada.

Na realidade,eu vejo a distância que nos separou.
Mas naquele sonho,eu juro,era tudo tão real !
Eu não pretendia sonhar com você.
Não mesmo.

Eu acordei.
E as imagens que encenamos no sonho se passa por minha mente.
Se eu pudesse, já o teria arrancado daqui.
Se eu pudesse.
Se eu conseguisse.

Já adormeço com medo de sonhar com você.
Por favor, peço que não retorne mais.
Não quero que perca mais tempo.

Já era tarde, eu precisava descansar.
Deitei na cama.
Tinha medo de fechar os olhos.
Não tinha medo de ter mesmo sonho.
Mas sim,outros em que você estivesse presente.

Olhei pra janela, o céu estava estrelado.
E a lua me iluminava com seu brilho.
Eu ergui meus olhos para o céu.
E implorei.
Implorei para dormir e não precisar sonhar.
E caso isso não fosse possível,ao menos não permitisse você entrar.

Eu não queria acordar assustada de novo.
Eu não queria relembrar de nada.
Talvez fosse uma perda de tempo.

Se já não bastasse as cicatrizes que estão em mim ...

( Ju Sayão )

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

E o silêncio acomodou-se


O telefone havia tocado.
Eu atendi.
Não reconheci a voz do outro lado da linha.
Mas parecia que ela sabia exatamente quem eu era.
Perguntei com que aquela misteriosa voz queria falar.
-Com você. Ela respondeu.
-Quem está falando ?

Não respondeu.

Eu tive medo.
E parecia que sabia o quanto eu estava com medo.
Aquela voz então,sabendo o que estava se passando disse que não precisava ter medo.
Não tinha necessidade.

E o silêncio acomodou-se.
Consegui ouvir com mais falicidade meus batimentos cardíacos.
Estava acelerado.
Minha respiração era ofegante.
E finalmente o silêncio foi quebrado.
Aquela voz se identificou.

Era a voz da minha consciência.
Que eu não ouvia há muito.
Eu tinha me esquecido até.


-Queria saber como está. Tanto tempo que fui largada por você.
Estou bem,obrigada. Já não conseguia me ajudar nas questões precisas.
-As questões em que não cabia a mim ajudar. Eram questões do coração.
De qualquer forma, eu tive de aprender a conviver com a tua ausência.
-Não imaginava que conseguiria ficar tanto tempo longe de mim.
Pois é,até eu me surpreendi.

Ela estava certa.
Talvez eu não tenha sido justa.
Largado minha consciência por questões de dúvidas.
Quando eu não conseguia me ajudar,ela também não conseguia.
Como agora,minha mente vive em extremas dúvidas.
E o coração ás vezes se parte.
Às vezes sorri.

É tudo questão de fases que todos nós passamos.
Mas a minha mente, eu perdi o controle dela.
A ponto de desfazer da minha própria consciência.

O meu coração continua a bater.
Os pensamentos nunca se encontrarão no singular.
As dúvidas são sempre constantes.
E as certezas, as vezes eu as tenho nas mãos.
Até a incerteza aparecer e arrancá-las de mim.

( Ju Sayão )

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eu já sabia que estava entregue




E quando acordei,ele estava lá.
Parado,olhando para mim.
Era um ser magnífico com aquelas enormes asas.
Me sentia uma criança quando ele estava por perto.
Quando ele deixava meu rosto contra seu peito.
Ouvia aquele coração bater fortemente.
Eu já sabia que estava entregue.
Eu era dele,só dele.

Seus braços me aqueciam.
Me envolviam.
Me transformava em sua refém.
A refém que não queria ser solta pelo sequestrador.
Aquele rosto angelical me rendia.
Roubava toda a atenção que eu tinha.
Minha atenção era dele,só dele.

-Anjo,você não precisa me levar de volta.
Posso ficar aqui com você por toda a eternidade.
-Minha pequena, não há porque pensar nisso.
Eu não penso em te levar de volta.
-Eu não quero ter de deixar você meu anjo.
Por um segundo longe de você eu me perderia.
-Eu jamais te deixarei, e mesmo que você se perca, eu a encontrarei.
A eterninade é nossa e você é minha. Eternamente minha.

E não tinha como negar.
Aquele anjo estava certo.
Eu era inteiramente dele.
Não tinha intenção de voltar.
A não ser que fosse com ele.

Eu já não conseguia dormir em outro lugar que não fosse o colo daquele anjo.
Eu precisava sentir sua proteção enquanto dormia.
Ouvir seu coração bater.
Palpitar por quem o roubou.

Éramos uma perfeita dupla criminosa.
Ele era o meu sequestrador.
E eu a ladra de seu coração.

( Ju Sayão )